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Mercado de satélites vê reequilíbrio momentâneo na guerra de preços

As operadoras de satélite têm vivido, no último anos, uma disputa agressiva por preços, num processo decorrente do grande número de competidores no mercado (são pelos menos sete grande operadoras atuando no Brasil) e do aumento de capacidade, com o lançamento de satélites de grande capacidade nas bandas C, Ku e Ka. Mas tudo indica que esta fase mais agressiva da guerra de preços esteja se estabilizando, mostrou o Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado pela TELETIME na semana passada. Para Jurandir Pitsch, VP para a América Latina da SES, este ajuste começa a acontecer à medida que alguns satélites que operavam para o Brasil não são repostos, reduzindo a capacidade disponível e forçando um reequilíbrio de preços. Segundo a Intelsat, este efeito foi sentido, por exemplo, em decorrência da perda do Intelsat 29, no começo do ano. Segundo Márcio Brasil, diretor da empresa, as causas da perda catastrófica, com inutilização completa do satélite, ainda não estão exatamente esclarecidas, com as suspeitas recaindo em um micrometeorito ou em uma descarga eletrostática, dois evento extremamente raros. Mas a consequência é que, depois de remanejamento dos clientes para outros satélites, houve uma estabilização dos preços, que vinham em quedano mercado, e o Intelsat 29 possivelmente não precisará ser reposto. Rodrigo Campos, da Eutelsat, lembra que esse fenômeno da queda de preços é global, mas que toda as empresas buscaram se reestruturar para enfrentar este cenário. A tendência, vista nos último anos, foi a verticalização das empresas, que passaram a oferecer serviços completo e não apenas conectividade. “Este é um movimento que não tem mais volta”, diz Pitsch.

Mas o mercado se prepara para uma nova onda de aumento de capacidade, com o início de operação das constelações de satélites de órbita baixa. Para Mauro Wajnberg, diretor da Telesat, que lançará uma constelação de mais de 300 satélites prevista para operar a partir de 2022, o qu compensa a queda no preço por Mbps decorrente destas imensas capacidades é a redução de custos e aumento da escala. “Mas é um processo invitável, porque a indústria de satélites precisa chegar nos parâmetros de preço que o mercado demanda”.

Para Clóvis Batista, presidente da Hispamar, a compensação da queda de mercados locais, como aconteceu no Brasil em função da recessão, é ampliação de outros mercados na América Latina, equilibrando a balança, ao lado da oferta de serviços integrados.

Gustavo Silbert, diretor geral da StarOne, lembra que na história da indústria várias crises parecidas já foram vencidas, ainda que a atual seja particularmente resiliente, sobretudo para o desenvolvimento de novos projetos. “Do nosso lado, o que tem feito a diferença é ter satélites com múltiplas missões, ou seja, não dedicado apenas a um segmento do mercado. Isso faz com que um mercado compense o outro”, diz ele.

Estevão Ghizone, a operadora de satélite ABS, reforça a necessidade de oferta de serviços integrados com parte da estratégia. A ABS, contudo, tem um modelo novo a testar: o lançamento de satélites geoestacionários de menor porte e, portanto, menor custo, que complementarão os satélites atuais nas mesmas posições orbitais dos atuais satélites.

(Teletime)

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