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CPQD prevê crescimento de 8% este ano

O CPQD, fundação de desenvolvimento tecnológico 100% brasileira, instalada em Campinas, apresentou um plano estratégico elaborado para os próximos 10 anos, que prevê um crescimento de receita em torno de 8% para 2020. Entre outras metas traçadas para este ano, estão também a expansão internacional — prioritariamente para Estados Unidos e México —, manutenção e ampliação dos serviços prestados a cerca de 300 clientes ativos e uma maior interação com os congressistas. O intuito é conscientizá-los da importância da manutenção de alguns fundos setoriais, mediante seu risco de extinção, além de conseguir um possível incremento financeiro por meio de emendas parlamentares.

Em 2019, o CPQD faturou aproximadamente R$ 224 milhões. O presidente da fundação, Sebastião Sahão Júnior, informou que o lucro foi de R$ 12,7 milhões. Por ser uma instituição sem fins lucrativos, o valor será integralmente reinvestido. O montante, frisa, é um resultado contábil. O ganho para a sociedade em tecnologia e inovação, explica, é muito maior e difícil de mensurar.

“Nosso maior parceiro por parte do governo é o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que nos repassa R$ 16 milhões por ano”. O recurso representa 7% dos rendimentos e é oriundo do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).

Esse aporte, recebido desde 2001, já representou no passado, segundo Sahão Júnior, 25% do faturamento. No fim dos anos 2000, o governo federal chegou a injetar R$ 100 milhões por ano no CPQD.
O presidente do CPQD acredita que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não quer acabar com os fundos. Mas, sim, rever a importância e o retorno de cada um deles. “É uma discussão válida”, pondera. De modo geral, pensa ser importante reavaliar iniciativas e programas que devem ou não ser mantidos para o bem do País.

O executivo recorda que o governo federal, historicamente, mantém bom relacionamento com o CPQD, independentemente de quem esteja no poder, devido à relevância da fundação, que é “apartidária”, e dos projetos desenvolvidos.

“A nossa bandeira é o Brasil”, enfatizou. Se houvesse mais recurso disponível, Sahão Júnior garante que estaria sendo aportado. “Desde que Bolsonaro entrou, ele está apoiando o CPQD. Temos uma parceria muito forte com Júlio Francisco Semeghini Neto, secretário executivo do MCTIC, e toda sua equipe”, comentou.


No exterior
O CPQD ambiciona ter novos parceiros nos Estados Unidos e México ainda este ano. No momento, a companhia já tem entre os clientes operadoras de telecomunicações da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e do Uruguai. “Não fomos a fundo nesses dois países ainda, porque estamos avaliando o poder do nosso portfólio”, informou Sahão Júnior. O presidente do CPQD contextualiza, em especial, que o mercado norte-americano é gigantesco e extremamente competitivo. Por essa razão, o ingresso na disputa precisa estar bem embasado.

“A relação entre os presidentes Bolsonaro e Trump não facilita nem atrapalha: o valor da inovação e o quanto nosso produto agrega para os clientes é que levam o CPQD para outro país”, destacou Sahão Júnior.
Para atingir novos clientes, estrangeiros ou não, o CPQD tem nova marca e conceito de canais de vendas, empoderando os revendedores que oferecem as tecnologias e se responsabilizam pela pré-venda, venda e pós-venda. Agora, CPQD não é mais sigla e sim nome.

Diretora de marketing e vendas da organização, Sirlene Aveiro Honório diz que o melhor caminho é ter canais com conhecimento de nicho, possibilitando a compressão e obtenção das demandas. Respaldando a qualidade do serviço ofertado, Sirlene revelou que o CPQD tem softwares operando em todos os grandes bancos e operadoras de telecomunicações no Brasil.


Na mira, a internet e mobilidade elétrica
No Brasil, a aposta será nos provedores de internet regionais — ISPs. Atualmente, há negociação com, no mínimo, três deles. Possivelmente, se beneficiem de tecnologias diferentes desenvolvidas pela fundação. Uma delas, o sistema de inventário de rede, cobrança ou reconhecimento de fala.
Em 2020, o crescimento da receita deve ser alavancado também por projetos relacionados à mobilidade elétrica e com aplicações em blockchain — também conhecido como “o protocolo da confiança”, é uma tecnologia de registro distribuído que objetiva a descentralização como medida de proteção.

“Em nível Brasil, o CPQD é, indiscutivelmente, a empresa mais avançada em relação à tecnologia blockchain. Avançado em termos de equipe, conhecimento, exploração de diversas plataformas, cases e projetos”, garantiu Sahão Júnior.

Ainda valorizando a atuação da fundação, pede cuidado com o discurso de abertura de fronteiras.

“Muita calma nessa hora”, disse. “Nós estamos competindo há muito tempo com as multinacionais”, afirmou. “Não dá para generalizar” completou, sobre quais setores devem ter seus mercados mais acessíveis. Neste ano, ainda serão realizados investimentos em infraestrutura. A maioria dos prédios do CPQD será revitalizada, tornando os ambientes mais limpos e digitais, acompanhando as tendências de mercado.

(Correio)

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