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A cada 16 segundos há uma tentativa de fraude cibernética no Brasil

Se a preocupação dos brasileiros em relação à segurança reduziu entre 2017 e 2018, neste ano, ela subiu e o Brasil se afastou da média global. Os resultados da 14ª edição do Unisys Security Index mostraram que o País passou de uma pontuação de 185, no ano passado, para 190 neste — enquanto a média global passou de 173 para 175 pontos. A pontuação do País passou de 173, em 2013, para 187 em 2014, ficou estável em 188 em 2015 e 2016 e voltou a subir em 2017 chegando a 189.

O estudo global da Unisys mede anualmente as percepções dos consumidores com segurança, em quatro categorias: segurança nacional, financeira, na internet e pessoal. A escala vai de zero (nada preocupado) a 300 (extremamente preocupado). O Brasil ocupa a 6ª colocação, atrás de Malásia (211), Chile (212), México (213), Colômbia (220) e Filipinas (234). Estados Unidos pontuou 165.

Ao comentar os resultados referentes ao Brasil, em encontro com a imprensa, Eduardo Almeida, presidente da Unisys para a América Latina, destacou que nunca o País registrou um índice tão alto de preocupação e lembrou que o estudo foi feito antes dos vazamentos das conversas da Lava Jato. “Vemos a onipresença da tecnologia na vida das pessoas e, quanto mais dispositivos, mais ameaças”, disse. A pesquisa revelou que 85% dos brasileiros já foi vítima ou conhece alguém que tenha passado por pelo menos um tipo de fraude cibernética.

Fábio Abatepaulo, diretor de transformação digital da Unisys para América latina, acrescentou que, apesar de ser o uso das plataformas digitais ser natural para os brasileiros, existe uma preocupação com a segurança, com a maioria dos participantes relatando séria preocupação com ataques de hackers e vírus cibernéticos (69%) e com a segurança das compras online (65%). Há também preocupação com roubo de identidade e fraudes bancárias, com 76% e 75% dos entrevistados apontando estarem muito ou extremamente preocupados com esses temas, respectivamente.

“A cada 16 segundos temos uma tentativa de fraude cibernética”, disse Marcus Luz, vice-presidente de vendas para América Latina da Unisys. De fato, a pesquisa apontou que o recebimento de e-mails não solicitados (spam) ou com golpes (phishing) foram os mais citados (54% e 42%, respectivamente) pelos brasileiros. Na sequência, fraude com cartão bancário (39%), mensagens falsas no WhatsApp (36%) e roubo de identidade (19%) aparecem com as maiores incidências.

LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), promulgada em 2018, é vista com receio: 59% dos brasileiros afirmaram estarem apenas um pouco confiantes de que a LGPD vai garantir a segurança de seus dados mantidos por empresas e governos e 69% deles acreditam que ter um registro de identificação unificado (Documento Nacional de Identidade — DNI) melhoraria a segurança dos dados pessoais. “O Brasil tem uma lei sofisticada, que criminaliza e penaliza empresas que não possuem estratégia de proteção de dados. Percebemos que há uma desconfiança acerca da eficácia da lei, com pessoas não acreditando que ela vá pegar”, disse Eduardo Almeida.

No geral, o estudo deste ano apontou que a sensação de insegurança está aumentando no Brasil dentro das quatro áreas de análise da pesquisa. Os níveis de preocupação com ameaças online são os mais altos e acompanham o grande número de vítimas de ataques cibernéticos nos últimos anos. Para Almeida, isto evidencia que a proteção de dados ainda não é uma questão estabelecida no Brasil e que precisa ser repensada por governos, empresas e consumidores.

Sempre em evidência a segurança na computação em nuvem dividiu opinião dos respondentes ao estudo. Fábio Abatepaulo mostrou que 29% dos entrevistados confiam e 28% não confiam na segurança na nuvem. “Do lado dos usuários finais, vemos que eles já abraçaram, que usam aplicativos na nuvem e muitas vezes nem sabem que eles estão na nuvem.

Do lado das companhias, elas ainda estão movendo sistemas e a preocupação que têm é com relação à capacidade delas para fazer a gestão”, explicou, acrescentando que nesta questão o zero trust é imprescindível. “É não confiar que o tráfego é seguro e ter certeza de que comunicação entre as nuvens ocorra em túnel seguro”, completou. O Unisys Security Index™ 2019 entrevistou mais de 13 mil consumidores em 13 países, incluindo mais de mil respondentes no Brasil, entre fevereiro e abril de 2019.

Em entrevista, o presidente da Unisys, Eduardo Almeida, orientou que, com a LGPD, é dever das empresas criarem políticas com regras claras e muito bem definidas para proteger as suas informações contra dispositivos como celulares, tablets e PCs conectados às suas infraestruturas.

Mais do que pensar em segurança dos objetos, observa ainda o executivo, qualquer usuário – seja quem for- não deve ser considerado confiável sem uma checagem prévia, aconselha o executivo. “Um ransomware pode não apenas parar uma empresa, mas, principalmente, afetar a reputação da marca, e essa é muito mais complexa de recuperar”, sustenta o executivo. Almeida também fala sobre a segurança das infraestruturas críticas como as de telecomunicações, energia e água.

Fonte: Abranet

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