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Agricultor faz poesia para celebrar a chegada da internet em zona rural

O pequeno agricultor Agostinho Macêdo usou habilidade com as palavras para expressar alegria e admiração com as possibilidades da internet recém-chegada à sua propriedade, na pequena Guaraí, em Tocantins.

Apaixonado pela vida no campo, o produtor divide o tempo entre o plantio de frutas e legumes em sua chácara e a literatura, hábito adquirido ainda criança e que poderá desenvolver ainda mais com a conexão.

“Qualquer coisinha que eu escrevia minha professora do primário dava muito valor. Aquilo me motivou tanto que passei a escrever cada vez mais. Hoje sou um poeta e autor”, define-se Agostinho, que já publicou um livro.

Assim, a chegada da internet virou tema de seus versos. O agricultor descreveu a fascinação com essa tecnologia, que agora usa para falar com a família, divulgar a produção frutas, legumes e verduras e receber pedidos da cidade.

Segundo o Censo Agrícola do IBGE, menos de 30% das propriedades rurais no Brasil (1,4 milhão) têm acesso à internet, apesar do aumento de quase 1800% no número entre 2006 e 2017.

Conheça a poesia: Bendita modernidade
Bendita modernidade
e a alta tecnologia.
Eu nunca pensei que um dia,
morando aqui no sertão,
falasse com meus parentes
em Castelo ou em Nascente,
ou em qualquer outro lugar
aonde se possa chegar
através da internet.
Uma antena da HughesNet
deixou o mundo pequeno.
Parece que estou vendo,
cinquenta anos depois que
o homem pisou na lua,
eu andando numa rua,
de São Paulo ou de Paris,
com aquele olhar feliz
de quem viu a construção,
do navio ao avião,
da bicicleta ao foguete.
Eu que ouvi rádio de pilha
e achava muito avançado
aquele móvel quadrado
que falava feito gente,
agora fico de frente
da tela de um celular,
escuto o bicho falar
e até vejo a imagem!
Mas isso ainda é bobagem,
o bicho até paga conta,
responde e faz pergunta.
Meu Deus, que felicidade.
Bendita modernidade
e alta tecnologia.

(Clic Camaquã)

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